sábado, 5 de março de 2011

Jorge Sepúlveda

«Jorge Sepúlveda tinha 14 anos quando desapareceu da sua aldeia, em Massarelos. Foi em 1991 e é o caso mais antigo que consta da base de dados da Polícia Judiciária sobre menores desaparecidos. Há nomes que entram e saem, mas há os que por lá permanecem sem que seja encontrada qualquer explicação para o seu desaparecimento.




A maioria dos rostos de menores são do sexo masculino, como o Rui Pedro, o Rui Pereira ou o José Gomes Teles. Suspeita-se que poderão ter sido levados por redes de pedofilia. Suspeita-se.

Mas uma mulher recusa-se a deixar cair o desaparecimento do seu filho no esquecimento. É Filomena Teixeira, a mãe de Rui Pedro que o viu pela última vez há dez anos. Tinha ele 11 anos, quando desapareceu de Lousada. Uma década de buscas que deram origem à Associação de Portuguesa de Crianças Desaparecidas (APCD), criada há um ano, e a uma página na Internet, com o desenho de um rosto que se pensar ser o do filho na actualidade.

A lista da PJ vai mantendo uma média entre nove e 11 casos, menos dos que investiga em cada semana, mas a grande maioria são situações que não demoram mais de cinco dias a resolver. Em regra, trata-se de raparigas entre os 14 e 17 anos e decidiram fugiram de casa.

Os outros, os que permanecem, podem ter sido apanhados em redes de predadores sexuais ou de tráfico de órgãos. São as explicação mais plausíveis dadas por técnicos e autoridades policiais. Seja em Portugal ou no estrangeiro. A organização das Nações Unidas para a infância, UNCEF, estima que 1,2 milhões e crianças são anualmente vítimas de tráfico humano.

O desenvolvimento da Internet aproximou as pessoas, mas nem sempre pelos melhores motivos. Aumentam os crimes sexuais de aliciamento e pornografia através da Net, o que levou os instituições internacionais, nomeadamente a Comissão Europeia, a tomar medidas contra a proliferação de mensagens electrónicas que fomentem tais crimes.»


Texto in DN online, 22-11-2008
Imagem in Google

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