«Há jovens que chegam a desaparecer "cinco vezes no mesmo trimestre". As mais de 200 participações correspondem afinal a 150 desaparecimentos efectivos.
Só nos primeiros três meses deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa já recebeu 230 comunicações sobre crianças e jovens (até aos 17 anos) desaparecidos. Mas as estatísticas devem ser analisadas com cautela. É que há casos de jovens "que chegam a desaparecer cinco vezes no mesmo trimestre", explica Ramos Caniço, o director da Unidade de Informação de Investigação Criminal (UIIC) da Polícia Judiciária (PJ). As 230 participações equivalem só a cerca de 150 desaparecimentos. Destes, 20 continuavam por resolver a 31 de Março.
Nos últimos cinco anos, a taxa de recuperação de crianças (até aos 12 anos) é de 100%. Desde 2006 que nenhum caso fica por resolver. Parte do sucesso da investigação tem a ver com a criação de um serviço de prevenção para desaparecidos, que funciona 24 horas por dia. "Quando alguém se dirige a um piquete para comunicar um desaparecimento, há dois inspectores de prevenção, que fazem a triagem e iniciam as diligências imediatamente", explica o chefe da Brigada de Desaparecidos, o inspector Nogueira. Esperar 48 horas após o desaparecimento, garante, "é um mito". Até porque, acrescenta Ramos Caniço, os desaparecimentos têm um ponto em comum com os homicídios: "As primeiras horas são cruciais."
A polícia parte sempre das informações dadas por quem participa o desaparecimento. "Pode já suspeitar de alguma coisa ou dar indicações sobre lugares onde a pessoa possa estar ou se costuma quebrar as suas rotinas", explica Ramos Caniço. Seguem-se as diligências de rotina, iguais para todos os casos: contactar hospitais, institutos de medicina legal e, se necessário, a GNR e a PSP.
Já os contactos com a comunicação social devem ser geridos com cuidado. "A divulgação pode ter um efeito perverso e, no caso, por exemplo, de um rapto, pode levar a que os raptores assassinem a vítima, com medo de serem posteriormente reconhecidos", diz Ramos Caniço.
Apesar do sucesso na recuperação de crianças e jovens, o director da UIIC admite que a média pode mudar a qualquer momento: "Temos tido sorte. Tenho a noção de que a qualquer momento podemos ter uma Maddie. Não somos bruxos, somos apenas polícias", diz.
Difícil investigar
Só os desaparecimentos em que não haja suspeita de crime - rapto, por exemplo - são investigados pela Brigada de Desaparecidos, que, em Lisboa, conta apenas com oito elementos permanentes.
Os restantes casos são encaminhados para unidades especializadas. "O desaparecimento, por si só, não é um crime e não é tratado como processo-crime", diz o director. Isto tem uma vantagem: um desaparecimento nunca prescreve, mas também acarreta desvantagens: os inspectores que integram as brigadas de desaparecidos não podem socorrer-se de todas as ferramentas de investigação criminal - como escutas, buscas em residências e todas as que precisem de autorização prévia de um juiz. De qualquer forma, "90% dos desaparecimentos não são fruto de crime", garante o inspector Nogueira.
Raptos parentais
Normalmente, as crianças até aos 12 anos desaparecem porque se perdem, diz o inspector, que recorda o caso, não muito antigo, de uma criança de quatro anos que esteve desaparecida dois dias - a apenas 500 metros de casa, sem saber como regressar. Também há casos de crianças que assistem a cenas de violência entre os pais e "acabam por sair de casa, desorientadas". Acabam por voltar horas ou poucos dias depois.
Até à faixa etária dos 12 anos, há outro fenómeno em crescimento: os raptos parentais. Nos últimos três meses, Lisboa registou 12 desaparecimentos de crianças com menos de 12 anos. "Cerca de 80% são raptos parentais", assume o inspector Nogueira.
No mesmo período, houve 218 participações relativas a jovens entre os 12 e os 17 anos, que correspondem a cerca de 120 desaparecimentos efectivos. Vinte ainda estavam por resolver no final do mês passado. "Mas nenhum destes casos é especialmente complicado, será uma questão de dias até os resolvermos", garante o inspector.
Clientes habituais
Entre os adolescentes, o habitual fenómeno da sazonalidade dos desaparecimento mantém-se. Em Maio e Junho os números disparam, porque os jovens não querem contar aos pais que vão chumbar na escola e fogem de casa. Em Setembro aumentam novamente, por causa dos amores de Verão. Em qualquer dos casos, os adolescentes regressam voluntariamente, passados poucos dias.
Também há os adolescentes, sobretudo institucionalizados, que são clientes habituais da brigada. Chegam a desaparecer várias vezes no mesmo ano. "No ano passado fomos buscar o mesmo rapaz várias vezes ao Colombo e ao Vasco da Gama. Gostava de sair, de ver as montras e depois acabámos por perceber que também gostava de andar no carro da polícia", recorda Ramos Caniço. Estes casos contribuem para inflacionar, muito, as estatísticas. "No entanto, não levantam problemas. Há alguns jovens de quem até já temos o número de telemóvel e basta ligar-lhes a perguntar quando tencionam voltar", revela o director.»
in jornal "i" online, 16-4-2011
Desapareceu de Torrozelas -Arganil/Portugal em Jun2011 - TIAGO FERNANDO ALMEIDA DINIS ao que se soube em direcção a Espanha com promessa de trabalho lá, no entanto deixou de estar contactável por tlm ou outra qualquer forma, recentemente soube-se possivelmente estará cativo em Espanha por Desconhecidos que não dão informações só pedem que se envie roupas e pertences mas não dizem se são instituição ou outros, dixaram o Tiago falar uma vez que disse estar bem pouco mais falou podia estar a ser coagido a responder só temos um nº de contacto +34691300352 e que se encontra na Av.Gijon 54 - Valladolid -Espanha mas procurei no google map e vi a foto da casa parece ser abandonada como poderei saber se ele está bem se é verdade que está de livre vontade ou se estará em cativeiro, qualquer informação é bem vinda pois trata-se do meu cunhado que deixou pai sozinho doênte que chora o filho todos dias assim como irmãos pequenos todos sem noticias.Contactos tlm:969097310 mail: corpo.volunta.radio.emergencia@gmail.com (Carlos Rodrigues)
ResponderEliminarjose benevenuto de lima foi pra lisboa portugal em 1999 e morou na rua morais soares ,depois viajou pra tondela a trabalho e nunca mais voltou pro brasil estamos procurando por ele qualquer noticia sera bem vinda obrigado
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