«O livro da mãe de Madeleine McCann, que será lançado a 23 de Maio em Lisboa, revela que Kate McCann teve tendências suicidas e ainda uma profunda depressão que quase destruiu o seu casamento.
A menina inglesa desapareceu a 03 de Maio de 2007 do quarto onde dormia com os seus dois irmãos gémeos enquanto os pais jantavam com um grupo de amigos num restaurante próximo, no aldeamento turístico Ocean Club, na Aldeia da Luz, no Algarve.
No novo livro, intitulado "Madeleine", de que alguns trechos são hoje publicados pelo 'The Sunday Times', Kate McCann conta a história do desaparecimento da filha e revela a angústia sofrida, não só pela ausência de Madeleine, como também pelos boatos que puseram em dúvida a versão dos pais.
Contrariando relatos de pessoas que não a conheciam, mas que a descreveram como "fria e incapaz de emocionar-se", a mãe de Madeleine conta que sofreu ataques nervosos diante dos amigos que viajaram para Portugal para a acompanhar e sentiu mesmo tendências suicidas.
"Sentia uma vontade imensa de me lançar ao mar e nadar o mais rápido possível para longe da costa até à exaustão e deixar que a água me engolisse para aliviar finalmente aquele tormento", conta Kate McCann, que via a dor física como "a única forma de escapar à dor que sentia internamente".
McCann confessa que com o desaparecimento da criança imaginou as coisas mais terríveis, para desespero do seu marido, Gerry McCann, cuja capacidade de se "desligar" parecia mostrar insensibilidade.
"Às vezes parecia-me ofensivo que [Gerry] não parecesse sofrer tanto a perda. Quando ele propunha que fizéssemos algo de agradável eu punha-me a chorar", escreve a mãe de Madeleine, que acrescenta que até conseguir sentir "qualquer prazer" passou muito tempo.
"Não queria ver televisão, ler um livro, ouvir música... Como poderia sentir prazer se me faltava a minha filha?", afirma Kate McCann, que publica este livro para financiar a campanha 'Find Madeleine'.
O desaparecimento da criança inglesa do Algarve levou inicialmente a Polícia Judiciária a apontar para a tese de "rapto", tendo mesmo constituído como arguido um cidadão inglês, Robert Murat, por suspeitas da sua implicação no caso.
No entanto, não encontrou provas para o deter. Já em Agosto de 2007, sem corpo e sem autores do crime, a PJ virou o rumo da investigação para a possível morte da criança, com as suspeitas a recaírem sobre os pais, Gerry e Kate McCann, ambos médicos.
A reviravolta na investigação baseou-se em vestígios biológicos recolhidos no apartamento e no carro alugado pelo casal McCann, 25 dias depois do desaparecimento da sua filha. Depois de terem sido sujeitos a várias horas de interrogatório no Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PJ de Portimão, Gerry e Kate McCann foram constituídos arguidos.
Em meados de 2008, o procurador da República arquivou o processo. O casal McCann pretende que o Governo britânico actue junto das autoridades portuguesas para reabrir o caso.»
in CM online, 08-5-2011
Sem comentários:
Enviar um comentário