sexta-feira, 23 de março de 2012

França: Casal de portugueses Benigno Ferreira e Francelina Gomes desaparecidos (segunda actualização: foram encontrados os corpos de Benigno Santos Ferreira e Francelina Conceição Gomes)





«Um casal de portugueses de 57 anos, residente em Moissac, perto de Montauban, sudeste de França, desapareceu na passada sexta-feira, "sem deixar qualquer rasto", disse à Lusa a vice-cônsul de Portugal em Toulouse.






Noélia Pacheco explicou que Benigno Santos Ferreira e a sua mulher, Francelina Conceição Gomes, ambos de 57 anos, estão há pouco tempo em França, ele desde 2010, ela desde 2011. Nenhum dos dois regressou a casa depois de, na passada sexta-feira, terem jantado com um casal amigo, a cerca de dois quilómetros do local onde viviam. Os portugueses vivem na zona de Montauban, cidade onde Mohamed Merah, morto ontem em Toulouse, assassinou dois militares franceses.

Segundo a vice-cônsul, foi um dos filhos do casal, o único que vivia em França, que alertou a polícia para o desaparecimento quando, por volta das 05:00 de sábado, chegou a casa e não encontrou os pais nem conseguiu contactá-los. O pai tinha deixado o telemóvel em casa.

"Esta é uma situação anormal e preocupante. Desapareceram sem deixar qualquer rasto. Foram vistos pela última vez entre as 23:30 e as 00:00. A polícia continua a fazer buscas mas sem qualquer pista. Segundo diz o filho, e também como já confirmaram as autoridades, os pais não fizeram qualquer movimento bancário desde o dia em que desapareceram", acrescentou.

Noélia Pacheco afirmou ainda que Benigno Ferreira e Francelina Gomes se deslocavam num carro que teriam comprado há pouco tempo, e do qual também não se tem rasto: "É um Citroën branco, com a matrícula BL 874 LT. Temos apelado a quem saiba alguma coisa que nos contacte. Estamos a seguir o caso de perto, junto da família e da polícia", afirmou.

acordo com a página na Internet do jornal francês La Depeche, a polícia não exclui a hipótese de o casal ter decidido, "de um momento para o outro", ir a Portugal, nem exclui a hipótese de suicídio.

A vice-cônsul considera, no entanto, que "é estranho que, tendo ido para Portugal, não tenham gasto dinheiro, pelo menos para pôr gasolina no carro". Quanto à hipótese de suicídio, Noélia Pacheco diz que o filho garante que "os pais estavam agora melhor financeiramente e que nunca falavam em morrer".

A polícia francesa está a contactar todos os números da lista do telemóvel do homem desaparecido. As autoridades encontraram, entretanto, nas imagens das câmaras de segurança da portagem de uma autoestrada a oito quilómetros da casa do casal, registo da passagem de um carro branco na madrugada do desaparecimento. Contudo, é impossível distinguir a matrícula do veículo. O La Depeche escreve que, caso o casal continue desaparecido, as autoridades deverão requerer a cassete original.

Benigno Ferreira e Francelina Gomes são da cidade de Ansião, no concelho de Leiria. O homem, pintor na construção civil, trabalhava numa exploração agrícola. A mulher não estava empregada.»



in DN online, 23-3-2012




Primeira actualização do post


«As autoridades francesas retiraram esta manhã de um canal o corpo de Benigno Santos Ferreira, mas para já ainda não há sinais da mulher, Francelina Conceição Gomes, também desaparecida na zona de Moissac, França, há mais de uma semana.

O casal de 57 anos, que reside há pouco tempo em França, não regressou a casa depois de, na passada sexta-feira, ter jantado com um casal amigo, a cerca de dois quilómetros do local onde viviam. Segundo a RTP Informação, terá sido esse mesmo amigo a identificar o corpo do emigrante.

As autoridades estão agora a tentar perceber o que aconteceu a Francelina Gomes, assim como à viatura em que ambos seguiam naquela noite.

Benigno Ferreira e Francelina Gomes são da cidade de Ansião, no concelho de Leiria. O homem, pintor na construção civil, trabalhava numa exploração agrícola. A mulher não estava empregada.»


in DN online, 27-3-2012



Segunda actualização do post


«O corpo da mulher do casal de portugueses que tinha desaparecido há mais de uma semana em Moissac, Sudeste de França, foi encontrado num canal marítimo, na tarde desta quarta-feira.

A vice-cônsul de Portugal em Toulouse, Noélia Pacheco, disse à agência Lusa que o corpo de Francelina Conceição Gomes foi encontrado no canal marítimo do Midi, onde na quarta-feira as autoridades já tinham encontrado o corpo do seu marido, Benigno Santos Ferreira.

De acordo com a vice-cônsul, a polícia francesa acredita que se tratou de um acidente.

"A mulher foi encontrada pelos mergulhadores dentro do carro. Ao que tudo indica, o veículo caiu no canal por acidente. O resultado da autópsia ao corpo do homem revelou que morreu afogado. Estava a chover, era tarde e aquele não é um local de muita passagem. Já não é o primeiro acidente deste género que acontece no canal", explicou Noélia Pacheco.

Os corpos de Benigno Santos Ferreira e Francelina Conceição Gomes vão ser trasladados para Portugal, onde vai decorrer o funeral.

O casal vivia há pouco tempo em França, ele desde 2010, ela desde 2011. Nenhum dos dois regressou a casa depois de no dia 16 terem jantado com um casal amigo, a cerca de dois quilómetros do local onde viviam.

Foi um dos filhos, o único que vivia em França, que alertou a polícia para o desaparecimento do casal quando chegou a casa e não encontrou os pais nem conseguiu contactá-los. Ambos tinham deixado os telemóveis em casa. Desde o desaparecimento, nenhum dos dois efetuara movimentos nas contas bancárias.

O casal era natural de Ansião, no distrito de Leiria. O homem, pintor de profissão, trabalhava numa exploração agrícola. A mulher não trabalhava.»



in JN online, 28-3-2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Maia, Porto: Ângelo Neves, administrador da Caixa de Crédito Agrícola, dado como desaparecido (actualização: já apareceu)

«A mulher de um administrador bancário desaparecido na segunda-feira, na Maia, disse, esta quarta-feira, ter pedido a intervenção da Polícia Judiciária, por recear que o marido tenha sido vítima de alguma retaliação decorrente de decisões tomadas na esfera profissional.

"É tudo muito estranho", afirmou à Lusa Isabel Neves, que também formalizou na esquadra da PSP da Maia um pedido de localização do seu paradeiro.

Ângelo Neves, administrador da Caixa de Crédito Agrícola da Área Metropolitana do Porto, sediada na Maia, tinha o poder de aceitar ou rejeitar pedidos de crédito, explicou Isabel Neves, que diz recear que o marido tenha sido vítima de algum "ajuste de contas" por decisões naquele domínio.

O administrador bancário saiu do seu gabinete cerca das 10 horas de segunda-feira, alegadamente para comprar cigarros, não regressando pela manhã ao posto de trabalho.

Também não compareceu ao almoço que habitualmente fazia com colegas de trabalho, que, já cerca das 14 horas, encontraram os seus bens pessoais no gabinete, num indício de que não demoraria.

No entanto, nunca mais foi visto, nem sequer pela família, e goraram-se todas as tentativas para o localizar.

Segundo a mulher, o administrador bancário deixou todos os documentos, à exceção do Cartão do Cidadão e, nos dias precedentes, levantara apenas uma pequena quantia de dinheiro.

Sublinhou que se trata de uma pessoa voltada para o trabalho e família, acrescentando que não tem passaporte, o que exclui a sua ida para o estrangeiro.»


in JN online, 14-3-2012



Actualização do post:


«O bancário da Caixa Agrícola, Ângelo Neves, que estava dado como desaparecido já apareceu.

A informação foi avançada ao CM por um dos seus colegas no banco. Ângelo Neves, vogal da administração, já está em Portugal e contactou com o pessoal do banco.

O CM sabe que o homem, que tinha sido visto pela última vez às 10h00 de segunda-feira, está bem de saúde.

A PJ, que acompanha o caso, também confirmou o reaparecimento de Ângelo Neves.

O CM tinha avançado na sua edição desta quinta-feira que o vogal da administração, até agora desaparecido, terá “esvaziado” as suas contas particulares e de familiares.

A instituição bancária terá de fazer uma auditoria para verificar se haverá outros desvios de dinheiro.»


in CM online, 15-3-2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

Polícia Judiciária do Porto passa a pente fino caso Maddie McCann

Quase quatro anos depois de ter sido arquivado pelo Ministério Público, o caso do desaparecimento da menina inglesa Madeleine McCann no Algarve está a ser reanalisado a pente fino. Em Portugal, foi escolhida uma equipa de investigadores da PJ do Porto.





Do lado do Reino Unido, a Scotland Yard não regateia meios para saber o que aconteceu à pequena Maddie, cujo desaparecimento em 2007 foi arquivado em julho de 2008 pelo Ministério Público português. Só em 2011, foram gastos 2,2 milhões de euros. E a equipa é constituída por 37 pessoas.

Mas os investigadores concluíram que nada fariam sem articulação com Portugal. Por isso, foi estabelecida parceria com a PJ, que investigou o caso durante 14 meses consecutivos - primeiro com a chefia de Gonçalo Amaral, na PJ de Portimão; depois, sob liderança do ex-diretor nacional adjunto da PJ, Paulo Rebelo.

Desta feita, para trabalhar no caso, a direção nacional da PJ optou por nomear uma equipa que nada teve a ver com o caso. A escolha recaiu na Secção Regional de Investigação e Prevenção Criminal da PJ do Porto, chefiada pela coordenadora superior Helena Monteiro.

Trata-se de uma brigada com experiência em casos de desaparecimento. Um exemplo de sucesso foi o de uma jovem de Lamego, Carina Ferreira, cujo cadáver foi encontrado após um mês de buscas numa ravina de autoestrada.

O objetivo é, a partir de novos olhares sobre o caso, procurar pistas para seguir e suprir eventuais lacunas das investigações iniciais.

"Não obstante ter sido formalmente arquivado, continuamos a ter um desaparecimento sem explicação. O arquivamento não significa que a Polícia Judiciária tenha menos interesse no esclarecimento e na procura de respostas", explica ao JN Pedro do Carmo, diretor nacional adjunto.



in JN online, 09-3-2012

domingo, 4 de março de 2012

Faz hoje 14 anos que desapareceu Rui Pedro



Informações sobre o Rui Pedro
Nome: Rui Pedro Teixeira Mendonça
Idade: 11 anos (quando desapareceu)
Local de Nascimento: Vila de Lousada (concelho limítrofe do Porto)
Data de Nascimento: 28.01.1987
Sexo: Masculino
Olhos: Castanhos
Cabelo: Castanho
Morada: Lousada - Portugal
Desapareceu: No dia 04.03.1998 às 14h00 horas locais
Lugar: Lousada (perto do domicílio familiar)





A História do Rapto

(contada pelo padrinho)

«No dia 4 de Março de 1998 o Rui Pedro, depois do almoço, pegou na sua bicicleta e, por volta das 14 horas, passou no escritório da mãe, o qual fica mesmo em frente á sua casa, pedindo-lhe autorização para sair de carro com um "amigo" chamado Afonso, de 22 anos de idade. A mãe recusou o pedido e disse-lhe para ir brincar com a sua bicicleta para um terreno baldio mesmo atrás do seu escritório (local com caminho em terra, em circulo, que, por não ser local de passagem, quase não tem trânsito e onde se faziam, de vez em quando, corridas de cavalos).
No final da tarde, o professor de explicações, que o aguardava desde as 17 horas, estranhou o facto do Pedro ter faltado (pois nunca o tinha feito) e avisou os pais que se puseram de imediato a procurá-lo.
 
Durante as buscas, vieram a saber que um senhor vizinho tinha encontrado a bicicleta por volta das 15 horas, escondida no mato, na pista de cavalos onde o Pedro tinha sido visto a andar de bicicleta.
 
Como o Rui Pedro tinha marcado o encontro com o tal Afonso, procurou-se indagar sobre o seu paradeiro.
Encontrado este, perguntaram-lhe se tinha visto o Pedro, ao que ele, com demasiada calma, respondeu que não. Mais tarde veio a saber-se que este indivíduo foi visto no local onde o Rui Pedro tinha estado a andar de bicicleta, a conversar com ele num Fiat Uno preto (do irmão). Ora, foi exactamente nesse local que apareceu a bicicleta.
 
Estranhamente o irmão tinha-lhe emprestado o automóvel para fazer a inspecção periódica obrigatória, sendo de salientar que mais tarde no seu depoimento veio a verificar-se que não a fez, tendo andado a passear toda a tarde por locais incertos e sem qualquer destino. A GNR, que o interrogou nesse dia e que nos acompanhava nas buscas, presenciou, no posto de Lousada, quando o avô da criança (meu pai) lhe perguntou desesperado onde estava o Rui Pedro (oferecendo-lhe tudo aquilo que ele quisesse pela resposta), ao que este respondeu a chorar que não sabia mas que se quisessem encontrá-lo deveriam ser fechadas as fronteiras pois ele podia estar já muito longe, a caminho do estrangeiro. E, logo de seguida, confrontado com uma testemunha - o André , primo do Rui Pedro, que veio contar a conversa que o Afonso tinha tido com ele e com o meu afilhado, o Afonso tentou impedi-lo de falar, ameaçando-o. Mesmo assim o André veio a dizer que o Afonso os tinha convidado para irem no seu carro ás prostitutas e que tinham combinado encontrarem-se num outro local chamado Quinta da Costilha. Disse também que faltou a esse encontro porque a mãe não o tinha deixado sair de casa.
 
Enquanto isto decorria, e durante essa noite, telefonamos para tudo e para todos, e a família juntamente com a GNR, os quais levaram cães treinados, os Bombeiros e os populares reviramos Lousada em peso á procura do Rui Pedro. Durante a madrugada, fui ao piquete da Policia Judiciaria pedir auxilio, pois tudo indiciava que o Pedro tivesse sido raptado, tendo obtido como resposta que o piquete não podia fazer nada e que eu tinha que ir pedir ao juiz da comarca que contactasse com as autoridades locais para saber que tipo de crime era e que, só se estes considerassem ser rapto, é que eles poderiam intervir.
 
Expliquei-lhes o sucedido e implorei-lhes que viessem e que agissem o mais urgente possível, pois o dia seguinte poderia ser tarde demais, mas, por mais que argumentasse, nada consegui.
 
Continuamos, assim, a procurar e, no dia seguinte, após a abertura do tribunal ás 09.30, conseguimos que a Delegada do Ministério Público solicitasse á Policia Judiciária a sua intervenção.
 
Durante a tarde, chegaram á localidade vários agentes da Polícia Judiciária e, durante os dias seguintes, andaram a pé a procurar, juntamente connosco, no mato e nas redondezas, poços, presas, rios etc., partindo do principio de que o Pedro estivesse caído em qualquer lugar. Nunca, até hoje, consideraram que o Pedro tivesse sido raptado! Sucede, no entanto, que recebemos já milhares de telefonemas e, entre outras chamadas de pessoas que dizem ter em sua posse o Pedro ou então que sabem onde ele está, foi-nos inclusivamente pedido um resgate. Recebemos também uma chamada em que uma criança com a voz igual á do Pedro só consegui chamar pela mãe, tendo sido cortada a comunicação por alguém que lhe tirou o telefone das mãos e depois desligou. Nenhuma destas chamadas foi localizada, muito embora, e é isto o mais incrível, o juiz, desde os primeiros dias e a nosso pedido, tenha autorizado que os nossos telefones estivessem sob escuta, conforme mandam as nossas demoradas leis. E sempre que pergunta-mos se seguiram alguma das pistas dadas pelos telefonemas, perguntam-nos como é que o poderiam fazer, se nem os ouviram, logo acrescentando que, mesmo que os ouvissem, nada poderiam fazer para saber quem esteve a ligar. E, perante a nossa resposta de que existem meios para o fazer, dizem-nos que isso só nos filmes! Como podemos aceitar tal resposta, se a situação em causa é bem real?! Como compreender que um polícia nos responda, quando perguntamos se existe alguma pista, que não fazem a mínima ideia de onde possa estar Pedro!? Revoltante toda a burocracia, desleixo e falta de meios com que se lida com um caso de rapto de uma criança e é essa revolta a razão da minha queixa, muito embora nem me sinta no direito de dizer que estou prejudicado, pois a minha dor é tão pequena se comparada com aquilo por que está a passar esta criança.»